sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Carga tributária




O quinto dos infernos

Durante o século 18 o Brasil Colônia pagava um alto tributo para o reino de Portugal, seu colonizador. Esse tributo incidia sobre tudo o que fosse produzido em nosso país, e correspondia a 20% (ou seja, 1/5) de toda a produção.
Essa taxação - altíssima e absurda, era chamada de 'o quinto', um imposto que recaía principalmente sobre a nossa produção de ouro. O 'quinto' era tão odiado pelos brasileiros que foi apelidado de 'o quinto dos infernos'.
A Coroa Portuguesa quis, em determinado momento, cobrar os 'quintos atrasados' de uma única vez, no episódio que ficou conhecido como 'Derrama'.
Isso revoltou a população, gerando o movimento chamado de 'Inconfidência Mineira', que teve seu ponto culminante na prisão e julgamento de seu mais proeminente líder - Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes.
Atualmente, a carga tributária brasileira chegou a praticamente 2/5 (dois quintos) de nossa produção. Ou seja, a carga tributária que nos aflige em pleno século 21 é praticamente o dobro daquela exigida por Portugal à época da Inconfidência Mineira, o que significa que pagamos hoje literalmente dois 'quintos dos infernos' de impostos.
E por que para que pagamos tudo isso? Teóricamente seria custear as 'máquinas governamentais' em seus três níveis, e para que fosse proporcionado aos brasileiros educação, saúde, habitação, segurança pública e infra-estrutura, para ficar no básico essencial e indispensável.
Mas a realidade nos mostra que tamanha carga tributária tem servido apenas para sustentar a corrupção, as 'máquinas governamentais' em seus três níveis com suas legiões de parasitas, a farra monumental com o dinheiro público, os poderes legislativos inóquos e inoperantes, e o poder judiciário em todas as suas instâncias mancomunado com os demais, para que prevaleça a tese de 'aos amigos a lei e aos inimigos os rigores da lei'.
Atualmente, nosso dinheiro é confiscado em quase o dobro do 'quinto dos infernos' para sustentar esta corja que se locupleta escandalosa e impunemente, e que nos custa mais que o dobro do que custava toda a Corte Portuguesa.
E pensar que Tiradentes foi enforcado porque se insurgiu contra a metade dos impostos que pagamos atualmente!

O peso dos impostos

Além da tributação que pesa sobre os salários e rendimentos - o que sacrifica ainda mais o trabalhador, já que sobre salário não se sonega pois o desconto é na fonte, há uma pesadíssima tributação sobre o consumo - que nivela por baixo pois ricos e pobres pagam o mesmo na compra de alimentos por exemplo.
Você sabe qual a porcentagem de impostos incluídos sobre o valor dos produtos que consome? A maioria da população sequer tem ideia de quanto seja. Veja a seguir alguns exemplos:
óleo de soja (37,18%), feijão (18%), sal (29,48%), açúcar (40,00%) computador (38%), caneta (48,69%), detergente (40,28%), xampu (52,35%), roupas (37,84%) e até mensalidade escolar (37,68%).
Nos medicamentos os impostos também pesam – e muito!. Nos de uso humanos (36,00%) e nos veterinários (12,00%). Aqui, além da exploração, a estupidez é tão evidente que dispensa maiores comentários.
Nos materiais de construção arca-se com 44,11% de impostos ao comprar telhas, 34,23% para tijolos e 44,11% em um vaso sanitário. Cálculos aproximados indicam que, para se construir uma casa, o brasileiro paga em média 49,02% de tributos. Isso é quase a metade do valor total! Na prática, quanto alguém gasta R$ 100 mil em uma obra, R$ 49.020 irão aos cofres públicos. Uma obscenidade sem precedentes!
É preciso mais ação na sociedade civil organizada visando conscientizar as pessoas sobre o quanto se gasta com tributos no Brasil. Temos que agir!

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